sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Amanhecer ou Sagrado II

        Cores vivas que chegam pulsar, neste amanhecer com gosto de eterno..... mostram-me quanto a vida é tão simples.
          Espontaneidade ferida com máculas 
          Lembro-me, então, do quanto abomino o discurso do futuro do pretérito: eu deveria, eu poderia; ou até mesmo do pretérito imperfeito: eu devia, eu podia..... chega me causar mal estar quando ouço ou leio lamentações à beira da morte, ou epitáfios politicamente corretos. Eu me pergunto, por que não  podemos? Por que não fizemos?  Por que insistimos tanto em  santificar-nos com o arrependimento?  No fundo, nos arrependemos ou temos apenas o medo do desconhecido que está por vir? O que faz um ser humano se calar diante de injustiças? O que faz um ser humano não reagir ao sofrimento de outrem?  E o pior de tudo, o que faz um ser humano esquecer do que ele mesmo julga ser desumano? É preciso envelhecer e perder as esperanças para arrepender-se?
                  
Van Gogh

           Talvez seja apenas meu inconformismo.....  ou apenas uma desilusão, mas confesso o quanto  me machuca saber que repito estes mesmos comportamentos que agora critico aqui, que não me encontro e muito menos me realizo no cotidiano e ignorando o amanhecer. 
             Esperamos por milagres, e somos incapazes de enxergar que acontecem todos os dias, no simples ato de respirar.

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