segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Estrangeira

Sem compromisso, andando.... olhando, tentativas do sol manchando o céu.
A cidade ao longe, e eu, estrangeira.
É bom sentir-se assim, é como se não houvesse memória, uma tentativa de apagar o passado e estar em presente no presente.




Largada no mar da solidão, nascendo e renascendo, do fogo, da água, do ar, do ventre da terra.

Fênix (ou renascer forte e belo como um cavalo novo) - Renascendo das cinzas em esplendor de fogo! "(...) E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave. Um dia, o que eu fizer será cegamente, seguramente, inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar. Sobretudo, um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesmo que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja um homem com meu princípio. Erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal. E quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro! Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante: sempre fundido, porque então viverei, só então viverei maior do que na infância, serei brutal e malfeito como uma pedra, serei leve e vago como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas! Ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesmo em certos momentos brancos, porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e belo como um cavalo novo." (Clarice Lispector) Beijos! - Fotolog



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